Blockchain privado e público: entenda as principais diferenças

Especialistas apontam as vantagens de cada um dos modelos. Confira outras perguntas e respostas sobre a tecnologia

Os gastos mundiais em soluções de blockchain chegarão a US$ 2,1 bilhões em 2018, número mais do que o dobro maior que os US$ 945 minhões registrados em 2017, segundo dados da IDC. E o crescimento não vai parar por aqui. A previsão é de que os investimentos cresçam em ritmo acelerado até 2021, com taxa de crescimento anual composta de 81,2%, chegando a US$ 9,2 bilhões em 2021.

Apesar de estar cada vez mais consolidada, a nova tendência ainda gera dúvidas para empresas.

Uma delas é: qual a diferença entre blockchain privado e público?

Segundo definição da SAP, em material sobre sua plataforma Leonardo, no blockchain público "todos podem ler e enviar transações ou participar do processo de consenso em um blockchain público, pois este tipo de blockchain não requer 'permissão'. Todas as transações são públicas e os usuários podem permanecer anônimos."

Já os privados "são controlados por uma única organização que determina quem pode ler e enviar transações e participar do processo de consenso. Como são 100% centralizados, os blockchains privados funcionam bem como áreas restritas (sandbox), mas não são indicados para ambientes de produção."

Há ainda outros dois tipos de redes de blockchain. O consórcio de blockchain, que, também segundo definição da SAP, "é controlado por um grupo predefinido – de corporações, por exemplo. O direito de ler e enviar transações para o blockchain pode ser público ou restrito aos participantes. Os consórcios de blockchain são considerados “com permissão” e são os mais indicados para a maioria das empresas."

Ainda, há os blockchains semiprivados, que "são administrados por uma única empresa que concede acesso a qualquer usuário que atenda aos critérios preestabelecidos. Embora não seja realmente descentralizado, este tipo de blockchain com permissão é mais interessante para casos de uso de B2B (business to business) e aplicações governamentais."

Dentre as quatro maneiras de criar uma rede de blockchain, a SAP considera o consórcio o modelo mais aceito atualmente no mundo dos negócios.

Wellington Lordelo, gerente de Solution Marketing da Equinix, explica que a principal diferença entre público e privado é o mecanismo de consenso. "No público, os usuários não se conhecem, portanto o nível de confiança é baixo, necessitando uma sobrecarga computacional maior. Assim, a verificação ou validação de cada transação é bastante alta e demorada", diz.

Regina Nori, especialista em projetos de planejamento estratégico de TI na IBM no Brasil, lembra que o bitcoin - principal criptomoeda do mundo - é um exemplo de uso no blockchain público.

Já na conexão privada, Lordelo diz que a confiança é maior, pois é baseada na permissão de acesso. "É possível fazer uso de algoritmos compartilhados mais simples e rápidos. Como resultado, em vez de algumas transações por segundo, é possível fazer milhares delas", explica.

Além disso, o executivo destaca que, em blockchains privados, os registros das transações podem ser criptografados e estão disponíveis apenas para as partes autorizadas, o que, por sua vez, ajuda a satisfazer os requisitos de privacidade dos participantes.

Regina comenta também que, no privado, é possível saber quem são os parceiros e só entra na cadeia quem for permitido pelo administrador do blockchain. "É um ambiente bastante controlado", completa.

Para a Equinix, o blockchain privado deve passar a atrair mais empresas em 2018, principalmente por serem redes fechadas, em que a gestão da identidade digital é feita de forma mais segura.

Outras perguntas e respostas sobre o blockchain

1. O que é?

Lordelo explica que o blockchain, em sua essência, é simplesmente uma nova tecnologia de rede de distribuição de informações, com algumas propriedades especiais, como:


- Sem um único administrador, baseia-se em um modelo de confiança compartilhada entre usuários, totalmente descentralizado.

- Os registros não são atualizáveis, assim não há como alterar transações realizadas. Ele permite apenas inclusões.

- Tem um único esquema lógico (virtual) global que é armazenado por meio de várias cópias físicas distribuídas.

2. Como a tecnologia já está sendo usada?

O uso do blockchain vem sendo feito basicamente como meios de distribuição de criptomoedas; como uma plataforma (autorizada) para trazer benefícios de custo e eficiência nos processos de negócios das empresas; como ferramenta para garantir integridade e segurança de dados.

3. Quais os benefícios para os usuários?

Os usuários estão estudando seriamente a tecnologia blockchain em verticais como supply chain, trading e mercado financeiro, governo e no segmento de health care. Eis a razão:

- Manutenção de registros inalteráveis: agências governamentais e empresas estão interessadas em manter o controle de dados, com a garantia de não serem alterados.

- Utilização da ferramenta para denuncia de notícias falsas que circulam pela internet.

3. Qual o futuro?

Segundo Lordelo, inicialmente o uso do blockchain pelas empresas tem acontecido com o intuito de completar os sistemas de TI existentes, sem, no entanto, adotá-lo em seus principais processos corporativos.

A adoção do blockchain não envolve apenas integração da tecnologia à uma infraestrutura de TI, mas trata-se de um negócio que também está mudando processos internos. É preciso que a organização perceba o que a tecnologia pode fazer pelo seu negócio e o potencial do valor agregado. "Isso ainda pode consumir vários anos em um processo de tentativa e erro", acredita Lordelo.


FONTE:  COMPUTERWORLD

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