Oferta de interconexão vira negócio
Alguns dos principais datacenters já descobriram que a
interconexão pode agilizar aplicações em nuvem e gerar uma importante linha de
negócios. A Equinix foi a pioneira no lançamento de uma oferta que liga
diretamente empresas usuárias aos principais provedores de nuvem por meio do
serviço Cloud Exchange. Trata-se de um equipamento que concentra conexões, no
qual o cliente conecta seu ambiente e pode configurar conexões virtuais para as
nuvens que desejar.
Segundo Victor Arnaud, diretor de estratégia corporativa
para a América Latina da Equinix, o objetivo da oferta de interconexão é
aproximar os clientes consumidores de serviços de nuvem (buy side) e os
clientes fornecedores (sell side), como Amazon e Microsoft Azure, que já estão
disponíveis comercialmente no Cloud Exchange. Mas a empresa está testando
outros provedores globais.
"O que ofereço é uma fibra que permite a conexão
segura, direta e dedicada à nuvem. O cliente pode contratar apenas a
interconexão a uma nuvem, associada ou não a serviços de nuvem, e até
interconexão a uma nuvem, associada ou não a serviços de nuvem, e até
interconexão multicloud. O próximo passo, previsto para o quarto trimestre,
será a possibilidade de acessar outros datacenters no mundo por meio do Equinix
Cloud Exchange Fabric, com conexão privada e segura", anuncia Arnaud.
Segundo Eduardo Freitas, diretor de conectividade, mídia e
IP da CenturyLink, que adquiriu a Level3, a empresa, como provedora de
telecomunicações, está ligada a todos os principais provedores de cloud pública
do mundo, como Amazon, Microsoft Azure, Google, Oracle e IBM. A CenturyLink
cria conexões seguras para cada uma dessas clouds em mais de uma localidade,
com diversos pontos de interconexão.
No Brasil, a empresa tem interconexão com Amazon, Microsoft,
IBM, Google, e está implementando com a Oracle. A solução mais simples de
interconexão liga um ponto concentrador do cliente à nuvem por meio de uma
conexão direta. Isso evita que ele tenha de usar a internet, que, apesar da
flexibilidade, demanda soluções de segurança adicionais e é mais difícil de
oferecer performance.
"Esse serviço, Cloud Connect, suporta desde conexões de
baixa banda, a partir de 10 Mbps, até links acima de 10 GBps", diz
Freitas. Outra possibilidade é via redes MPLS, permitindo que vários pontos do
cliente se conectem à rede MPLS da CenturyLink, sem que a empresa dependa
apenas de um ponto central, aumentando segurança e disponibilidade.
"O cliente pode contratar serviços de mais de uma nuvem
pública e isso é transparente para a nossa rede. Cada cloud entra como um ponto
adicional da rede", diz Freitas. Ele explica que isso faz com que não
apenas um usuário que esteja numa localidade possa se conectar a qualquer uma
dessas clouds, como também permite que aplicações que estão numa nuvem
conversem com aplicações de outra nuvem de forma simples. "Para o cliente,
é como se tudo isso estivesse dentro da rede dele", acrescenta Freitas.
Já as operadoras de telecomunicações oferecem a conectividade
tradicional, a exemplo da Embratel, que já tem conexões diretas de links
dedicados a nuvens de provedores como Amazon e Microsoft Azure. Mas, de acordo
com Fernando Navarro, diretor de operações e engenharia de soluções digitais da
Embratel, a empresa deve lançar, no segundo trimestre, uma solução específica
para interconexão de clientes e nuvens públicas. "Hoje já temos serviços
de multicloud com parceiros, como Microsoft Azure e Amazon, e, no segundo
trimestre, vamos lançar a oferta de interconexão", diz Navarro.
Alex Salgado, vice-presidente de B2B da Vivo, informa que a
empresa oferece a solução Wan to Cloud com conectividade para seu próprio
datacenter e sua nuvem pública ou para provedores de mercado, como Microsoft
Azure, Amazon e Google Cloud. A oferta foi lançada há um ano como uma conexão
mais segura pelo fato de conectar diretamente por meio de links dedicados que
também oferecem melhor performance com menor latência.
"Temos conexões diretas com os pontos de troca de
tráfego de todos os principais provedores de nuvens no Brasil. A conexão ocorre
por meio de nosso backbone de altíssima performance, que atende os clientes em
todo o território nacional. O perfil dos usuários é de empresas com alta
demanda de tráfego. Os benefícios são segurança, baixa latência e alta
performance", resume Salgado.
FONTE: VALOR ECONÔMICO