Para Equinix, regime especial de tributação favorece construção de datacenter e não operação

O projeto (PL 6413/16), de autoria do deputado Vicentinho Júnior (PR-TO), que altera a Lei do Bem (Lei 11.196/05) para incluir as operações de datacenter como beneficiárias do Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação (Repes), favorece, na visão da Equinix, a construção — e não a operação — de datacenters no Brasil.  
O Repes beneficia empresas exportadoras de software e de prestação de serviços de informática. O regime concede benefícios fiscais, como a suspenção de tributos federais na importação de bens e serviços.
A empresa reuniu a imprensa, nessa quarta-feira (24/1), quando destacou o crescimento do tráfego da interconexão no Brasil e no mundo e falou sobre as principais tendências para o setor. Eduardo Carvalho, presidente da Equinix no Brasil, enfatizou que a conexão direta entre ambiente de uma empresa com outra está crescendo a um ritmo mais acelerado que o da internet pública.
O executivo usou o estudo Índice de Interconexão Global para apontar que a largura de banda de interconexão deverá crescer em uma taxa composta de crescimento anual de 45% para alcançar 5.000 Tbps até 2020, superando o tráfego IP global em crescimento (24%) e em volume (855 Tbps).
Na América Latina, entre 2016 e 2020, estima-se uma taxa composta de crescimento anual de interconexão será de 62%, a maior comparada às demais regiões. Entre os motivos para o aumento, explicou Wellington Lordelo, coordenador de marketing de verticais da Equinix, estão a entrada de mais cabos submarinos na região; a regionalização dos dados —  o Brasil consome dados que estão fora do País e a tendência é localizá-los —, e há uma demanda reprimida na região por parte de infraestrutura de acesso à internet.
A interconexão também vai crescer mais rápido também que o multiprotocol label switching (MPLS), o modelo usual de conectividade de negócios, por um fator de dez vezes (45% versus 4%). Tanto enfoque na interconexão tem um motivo: a Equinix apresenta-se como empresa de interconexão e datacenter. Ao contrário de concorrentes, a Equinix não tem cabo submarino e nem malha de fibra ótica. “Trabalhamos com parceiros. Queremos ofertar a neutralidade de serviços”, destacou Carvalho.
Em dezembro do ano passado, a Equinix anunciou a ampliação de sua parceria com a Amazon Web Services (AWS) com a extensão da conectividade privada direta com o serviço AWS Direct Connect para mais cinco data centers Equinix International Business Exchange™ (IBX®) na América do Norte, Latina e na Europa. Com isto, a colaboração entre a Equinix e a AWS, possibilita que as empresas conectem sua infraestrutura, própria e gerenciada, diretamente à AWS por meio de uma conexão privada. Entre as vantagens apontadas estão redução de custos, melhoria do desempenho e conseguir uma experiência de rede mais consistente.
Atualmente, a Equinix tem espaço em seus datacenters tanto de São Paulo como o Rio de Janeiro. Segundo os executivos, esta capacidade atual resulta de investimentos passados na construção de novos datacenters. “Quando a ocupação está chegando a 60% ou 70%, fazemos obra para expandir”, explica Carvalho.
A meta para este ano é seguir com os investimentos para manutenção e conquista de clientes, mas não para construção de novos datacenters. Mundialmente, a Equinix soma 9.500 clientes. No Brasil, são 1.500 clientes. “Os clientes precisam se interconectar, se integrar, e isto é possível se estiver dentro de uma plataforma como a Equinix Cloud Exchange Fabric”, disse Lordelo. A previsão de lançamento para a plataforma no Brasil é para o quarto trimestre de 2018. 
Outra novidade apresentada é a mudança na política de canais. Até agora, a Equinix vendia principalmente de forma direta, enquanto nos Estados Unidos a atuação via canais era expressiva. “Estamos trazendo a política de canais dos EUA. Lá fora os canais são responsáveis por um bom porcentual das vendas anuais. Vamos para outros Estados por meio de canais”, disse o presidente, explicando que a Equinix tinha alguns canais, mas em uma atuação mais tímida. Em São Paulo e no Rio de Janeiro a venda direta será mantida como a principal.  
empresa também já havia revelado que o cabo submarino Monet será alocado em seus data centers, no IBX+ SP3 no Brasil e nos IBXs+ MI1 e MI3 nos Estados Unidos.  O contrato foi com a multinacional angolana de telecomunicações Angola Cables. O Monet ligará Estados Unidos e Brasil. A fibra chegará por Fortaleza (CE), será ligada à Praia Grande e, de lá, para Santana do Parnaíba, onde ocorrerá a distribuição do tráfego pela América do Sul. 

FONTE: ABRANET
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