Aumento da Interconexão vai disparar a economia digital brasileira

Empresas devem se preparar para maior demanda por serviços digitais no país e em toda a América Latina, diz presidente da Equinix

Três em cada quatro lares brasileiros hoje têm acesso à internet. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o percentual de domicílios que usam a rede subiu de 69,3% para 74,9%. O país ganhou dez novos milhões de usuários de 2016 para 2017 – período de referência do último estudo, divulgado no fim de 2018.

"Sem Interconexão, não haverá negócios digitais sustentáveis no futuro", afirma Eduardo Carvalho, presidente da Equinix (Foto: Divulgação/Equinix)
EDUARDO CARVALHO (FONTE: DIVULGAÇÃO/EQUINIX)

Com mais pessoas acessando a internet a cada ano, as empresas precisam se preparar para suportar o conseqüente aumento da procura por serviços digitais. O aumento na demanda exige o bom funcionamento desses serviços, para que garantam a melhor experiência possível aos consumidores finais – e, por sua vez, o sucesso dos negócios.
 
Uma das chaves para alcançar essa eficiência é a Interconexão, troca direta e privada de dados entre empresas. É o que afirma o presidente da Equinix no Brasil, Eduardo Carvalho. “Sem Interconexão, não haverá negócios digitais sustentáveis no futuro. Os modelos não serão economicamente eficientes, nem escaláveis”, diz. De acordo com o executivo, o conceito ainda é relativamente novo no mundo corporativo, principalmente quando se trata da aplicação prática nos negócios.
 
Carvalho cita o exemplo de uma popular plataforma de filmes e séries via streaming. Os conteúdos são armazenados em data centers espalhados pelo mundo. Para que cheguem até a TV ou o celular, o usuário deve contar com um provedor de internet. A quantidade de troca de dados que este provedor faz para alcançar o servidor da plataforma de streaming é o que define a qualidade da exibição do vídeo. No entanto, se ele estiver conectado diretamente ao servidor daquela empresa – uma Interconexão, portanto – o resultado para quem assiste será muito melhor, uma vez que a latência diminui consideravelmente. “É apenas um exemplo. A Interconexão pode resolver o problema de escalabilidade e da experiência do usuário em todos os segmentos”, diz o executivo.

A América Latina tem hoje o maior potencial de crescimento em Interconexão (Foto: Divulgação/Equinix)
VELOCIDADE DE INTERCONEXÃO (FONTE: DIVULGAÇÃO/EQUINIX)

Velocidade crescente
 
Segundo o estudo Global Interconnection Index Volume 2 (GXI Vol.2), divulgado anualmente pela Equinix, até 2021, a Velocidade de Interconexão deve ultrapassar a marca de 8,2 mil Tbps (terabits por segundo) de largura de banda instalada. O volume representa uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 48% (10 vezes a capacidade projetada de tráfego da Internet no período).
 
Para melhor entender o conceito, Velocidade de Interconexão é a capacidade total disponibilizada para troca de tráfego, privada e direta, com um conjunto diversificado de contrapartes e provedores em pontos de troca de tráfego de TI distribuídos geograficamente dentro de data centers de colocation carrier-neutral.
 
A América Latina é a região mais emergente, o que a leva a ter o crescimento mais rápido. A estimativa é de que a Velocidade de Interconexão aumente a uma taxa de crescimento composto de 59% nos próximos três anos. Apenas em São Paulo e no Rio de Janeiro, essa capacidade deve aumentar sete vezes durante no período. O crescimento, de acordo com Carvalho, é impulsionado por fatores como a chegada de novos cabos submarinos e a evolução do setor na região.
 
Um dos setores que deve consumir a maior parte da capacidade de Velocidade de Interconexão na América Latina é o de conteúdo e mídias digitais. Os provedores deste segmento estão localizando seu conteúdo na região e fazendo parcerias com provedores de internet locais, reduzindo o preço tanto do acesso à rede quanto da Interconexão privada. Outros dois setores que merecem destaque são Cloud e Serviços de TI, Bancos e Seguradoras.
 
Em 2017, o Relatório Gartner afirmou que, até 2025, 80% das empresas terão desligado os data centers tradicionais, em comparação aos 10% de hoje. "No curto prazo, a topologia simples e a Interconexão física por meio de fibra óptica darão motivos convincentes para utilizar a Interconexão de data centers como o ponto de integração, ou 'cola', para o negócio digital", afirma o vice-presidente do Gartner, Bob Gill. “Conforme os tecidos de Interconexão de data centers prevalecerem e suas APIs são padronizadas e gravadas, o dinamismo e a velocidade dessas conexões promoverão o desenvolvimento de aplicações ainda mais úteis”, diz.
 
Transformações como essas, no entanto, não vão acontecer da noite para o dia. Para enfrentar o desafio, as empresas precisam estar dispostas a mudar gradualmente a forma de pensar em como prestar serviços aos clientes. Sua empresa está pronta?
 
 
 
 ¹Relatório Gartner - As interconexões baseadas em colocation servirão como "cola" para aplicações avançadas de negócios digitais": https://www.equinix.com.br/resources/analyst-reports/colocation-based-interconnection/


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