Região é base para o avanço de data centers

O crescimento dos mercados de cloud computing, serviços financeiros e também de e-commerce provoca uma busca pelo aumento da capacidade nos data centers. Campinas e região se transformaram em uma área de atração de empresas de armazenamento, processamento e também de centrais de dados de grandes bancos como Santander (Campinas) e Itaú (Mogi Mirim).

A Ascenty anunciou que teve início neste mês as fases 2 e 3 da unidade instalada em Sumaré, que recebeu R$ 120 milhões em investimentos. No total, o empreendimento recebeu R$ 200 milhões em recursos. A unidade tem 20 mil metros quadrados de área construída. A companhia diz que no ano passado houve um crescimento líquido de faturamento de 75% em comparação com os resultados de 2015.

Para 2017, a empresa projeta uma expansão de 85%. Segundo a empresa, neste ano “o mercado passou a enxergar melhor as oportunidades geradas pelas novas tecnologias disponíveis, como mobilidade, cloud e big data”. Conforme a empresa, o novo cenário tem impulsionado o setor.

A Ascenty diz que para acompanhar as tendências do mercado o planejamento é de investir R$ 1 bilhão em data centers em 2018. A empresa vai inaugurar cinco novas unidades na América Latina, sendo quatro no Brasil e uma no Chile. A companhia diz que tem um plano de expandir o atendimento para diversas regiões do Brasil e da América Latina, que é um mercado importante no setor. A previsão para 2018 é inaugurar mais cinco unidades. São Paulo, por ser o principal polo econômico do País, oferece uma maior demanda para data centers, mas outras regiões também são muito importantes, como Fortaleza (CE).

O mercado gera novos negócios para a campineira UPX Technologies, que oferece produtos e serviços de performance e segurança. A companhia vem crescendo entre 30% e 40% por ano. O fundador da empresa, Bruno Prado, afirmou que a ampliação das operações de segmentos como e-commerce e financeiro alavancam a demanda por produtos da UPX.

“Nós autuamos em parceria com as empresas de data centers. Elas oferecessem o espaço físico, energia e conectividade para o armazenamento e processamento de informações onde nossos clientes deixam os dados. Nós fornecemos os programas de segurança e performance para os nossos clientes, que guardam seus dados com os data centers”, explicou. Prado destacou que a região de Campinas tem um ambiente que privilegia a instalação de empresas de alta tecnologia.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Infraestrutura e Hospedagem na Internet (Abrahosting), Vicente de Moura Neto, afirma que pesquisa da Frost & Sullivan aponta que existem no Brasil 40 empresas dedicadas à oferta de infraestrutura de data center. Elas são as responsáveis por hospedar para outras companhias pilhas de servidores, no-breaks, sistemas de ventilação, roteadores, sistemas de storage, softwares. “Acredito que entre 80 e 90% desses data centers estão na Região Sudeste. Alguns exemplos de empresas são a Equinix, IBM, Odata, Uol Diveo, entre outras”, diz.
O presidente da Abrahosting diz que os associados da instituição atuam nas áreas de provedores de infraestrutura de serviços hospedados (como armazenamento de dados e aplicações para terceiros, plataformas de serviços em nuvem e terceirização de infraestrutura de data center). Segundo ele, a oferta de data centers para terceiros abrange uma parte dos associados.

“No nosso último levantamento, de 2016, os provedores de estrutura de serviços hospedados, que são o terreno específico da Abrahosting, eram cerca de 700 empresas no País”, diz. Ele afirma que a entidade prevê um crescimento de 7,5% para o setor. O faturamento deve chegar a R$ 1,2 bilhão.
Investimento
Em 2014, o banco Santander inaugurou em Campinas um centro tecnológico. Em nota, a instituição informou que "o projeto dos data centers de Campinas, tem como premissa o crescimento modular e acompanhar o crescimento do negócio até 2035. Com relação ao espaço físico, o Centro Tecnológico Campinas (CTC) possui dois data centers totalmente construídos e com capacidade de um terceiro previsto no CTC".

A empresa informou que “a capacidade de infraestrutura física atende plenamente as necessidades atuais e futuras do banco. Os investimentos que serão necessários fazer nos próximos anos estão relacionados com o aumento da capacidade de processamento e storage de acordo com a necessidade do negócio”.

O Santander informou que a capacidade de processamento de informações atual é de cerca de 20 PBytes de informação e mais de 30 mil transações por segundo (TPS). A instituição salientou que os data centers são certificados.

Secretário aponta oferta de vantagens em Campinas
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo de Campinas, André von Zuben, afirmou que a cidade tem um aparato de leis que apresenta vantagens competitivas para a instalação de empresas de tecnologia. “O empreendedor tem uma redução de 5% para 2% no ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).

Na lei municipal, há, inclusive, uma determinação específica que trata dos data centers”, disse. Ele acrescentou que o município foi a primeiro no País a ter uma legislação para incentivar as startups. “Além da alíquota de 2% do ISSQN, as startups têm a isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)”, comentou.

FONTE: CORREIO POPULAR

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