Adaptando-se à evolução da Edge
Especialista explica como a adoção de edge está mudando a área de TI e
apresenta alguns benefícios dessa tecnologia
Por Wellington Lordelo*
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Fonte: Assessoria |
Atualmente, o mundo digital gira em torno da
Edge: é lá que pessoas e coisas distribuídas e em movimento, ao redor do mundo,
reúnem-se através de uma variedade de dispositivos interligados. Sua evolução
vem mostrando claramente que as empresas estão criando novas aplicações e
modelos de negócios que integram os mundos físicos e virtuais em plataforma de
interligação global alocadas em data centers.
Cada vez mais,
as companhias têm boas razões para estabelecer uma presença de TI na Edge. Os
catalisadores para essa transformação - a Internet das coisas (IoT),
aplicativos e dispositivos de usuário de rápida proliferação - estão gerando
extraordinários volumes de tráfego de dados na ponta que precisam ser
armazenados, processados e analisados. De acordo com a Gartner, os pontos de
extremidade da IoT alcançarão uma base instalada de 25,1 bilhões de unidades
até 2021.
A Cisco diz que
chegamos a Era do Zettabyte em 2016, quando a taxa de execução anual para o
tráfego IP global subiu para 1,2 ZB por ano. Até 2021, estima-se que essa taxa
deva praticamente triplicar, aumentando para 3,3 ZB por ano, contabilizando
smartphones como 33% do tráfego total.
Aumentar o
tráfego na ponta também contribui para uma maior demanda global pela velocidade
da interconexão, que é a capacidade total disponibilizada para troca de tráfego
privada e direta, com um conjunto diversificado de contrapartes e provedores em
pontos de troca de TI distribuídos dentro de data centers neutros à operadora.
De acordo com o segundo Global Interconnection Index (o GXI), um estudo de
mercado publicado, anualmente, pela Equinix, a capacidade instalada de
velocidade de interconexão global aumentará para mais de 8.200 Terabits por
segundo (Tbps) até 2021.
Isso representa
um crescimento cinco vezes maior em comparação com a previsão do GXI do ano
passado, com um crescimento de dois dígitos em todos os setores. Para
quantificar, o volume de dados que mais de 8.200 Tbps pode mover é o
equivalente a 33 Zettabytes (ZB) de troca de dados por ano – 10 vezes mais do
que a internet.
O Gartner prevê
também que até 2022, mais de 50% dos dados gerados será criado e processado
fora do data center ou cloud computing. Os cenários de casos de uso da Edge em
evolução serão mais intensos em torno das conexões de máquina para máquina
sensíveis à latência (por exemplo, redes de celular) e de aplicativos de missão
crítica (por exemplo, veículos autônomos e serviços de saúde).
Devido a esta
abundância de novo tráfego de ponta, juntamente com mais serviços de negócios e
as cargas de trabalho sendo implantadas fora dos data centers corporativos, as
topologias de data center tradicional vão se mover em direção a infraestruturas
digitais mais distribuídas. De acordo com o Gartner.
No futuro, a
Edge poderá ser definida de diferentes maneiras por estas infraestruturas
digitais emergentes, novos modelos de negócios da indústria vertical e
aplicações inovadoras. No entanto, permanecerá como o ponto chave de interseção
de interação entre pessoas, locais, clouds, dados e coisas, de maneira
significativa, apoiando qualquer negócio em qualquer lugar e a qualquer momento.
Observando mais
de 9.800 clientes de nossos data centers em todo o mundo, 2019 será o ano em
que as empresas agressivamente irão adaptar seus modelos de negócios e
processos para atender às necessidades de mudanças de uma ponta em evolução.
Data Centers de
Edge (instalações locais e de "colocation") e sistemas
"sneakernet" que ignoram redes para mover dados confidenciais por
meios físicos de transporte (por exemplo, unidades externas USB) são duas
esperadas na evolução do gerenciamento da enxurrada de dados por vir. Ao mesmo
tempo, as empresas vão buscar maneiras de equilibrar os benefícios de
aplicações de ponta, com o custo de implantar infraestruturas de TI na ponta.
Os benefícios da interconexão
privada na Edge
Os casos de uso
de Edge são tão abundantes quanto o tráfego de dados que eles produzem, e todos
têm uma coisa em comum: exigem a interconexão direta e segura entre as pessoas,
as coisas e os ecossistemas digitais e de negócios que lhes dão suporte. A
interconexão privada também resolve uma série de desafios comuns que as
empresas enfrentam durante esta era de transformação digital e migração de
ponta. Elas incluem a otimização da rede, a melhor estratégia de multicloud
híbrido, segurança e dados distribuídos.
Por exemplo,
colocar e interconectar infraestruturas de TI e descentralizar repositórios de
dados e poder computacional dentro de áreas metropolitanas estratégicas na
ponta mantém seu tráfego de dados locais. Isto significa que não há nenhuma
necessidade de viajar por redes menos confiáveis, de longa distância e baixo
desempenho como a internet pública.
As cargas de
trabalho de aplicativos sensíveis à latência (por exemplo, IoT,
máquina-a-máquina, streaming de mídia) que percorrem longas distâncias podem
encontrar atrasos que degradam o desempenho do aplicativo e a qualidade da
experiência (QoE) do usuário. Movendo serviços de TI interconectados para mais
perto dos funcionários, clientes e parceiros melhora consideravelmente a QoE do
usuário.
A interconexão
direta a nuvens pode permitir que negócios digitais dimensionem suas
infraestruturas de TI na Edge como um OPEX mais eficiente em termos de custo,
ao invés de uma solução CAPEX cara usando serviços conforme necessário.
Soluções de interconexão em nuvem “one-to-many” permitem que as empresas
construam infraestruturas multicloud híbridas de alta performance, escaláveis,
confiáveis e seguras.
Além disso,
colocar controles de segurança próximos ao local onde a grande maioria dos
dados está sendo criada e trocada ajuda no gerenciamento da paisagem mais ampla
e mais dispersa de ciberataques que a Edge apresenta.
*Wellington
Lordelo é gerente de Solution Marketing da Equinix Brasil
FONTE: IT FORUM 365