Por que a interconexão cresce mais rápido na América Latina
Por Wellington Lordelo*

A
dinâmica dos mercados emergentes e a crescente adoção de tecnologias digitais
intensificam a interconexão e a troca de tráfego entre empresas pela América
Latina.
Um
impulsionador é a centralização do setor de serviços financeiros em São Paulo,
o que torna a cidade o maior polo financeiro da região.
Além
disso, a convergência de sistemas de cabos submarinos, como o Monet e a
Globenet, faz com que o Brasil seja ponto-chave de crescimento para as
telecomunicações e para os maiores provedores de cloud, como Microsoft Azure,
AWS e Google.
De
acordo com o segundo Global Interconnection Index (GXI), estudo realizado pela
Equinix, a região da América Latina contribuirá com 9% da largura de banda da
interconexão global instalada.
Essa
pode ser a menor participação da capacidade de largura de banda de interconexão
com mais de 750 terabits por segundo (Tbps), mas prevê-se que a América Latina
será a região de crescimento mais rápido do mundo, com 59% da taxa composta de
crescimento anual (CAGR, na sigla em inglês) até 2021.
Crescimento
setorial
Nove
das 11 indústrias representadas no relatório do GXI crescem a uma CAGR maior do
que 60%.
A
previsão é que três setores consumirão a maior parte da capacidade da largura
de banda de interconexão em 2021. São eles:
- Conteúdo e mídia digital, que representa 35% do total do consumo da largura de banda da interconexão da América Latina;
- Serviços de cloud e de TI, representando um foco preciso na adoção de cloud corporativa; e
- Bancos e seguros, o mais estabelecido de todos os setores da região.
De acordo com o GXI, espera-se que a
interconexão corporativa cresça a uma CAGR de 71%.
No
entanto, essa modalidade representará apenas 39% do tráfego de interconexão
total da América Latina.
A
maior participação (71%) é impulsionada por provedores de serviços de rede que
trabalham para permitir maior interconexão do mercado norte-americano com
outros locais.
Uma
tendência macroeconômica que impulsiona a interconexão é a urbanização.
O GXI
prevê que 90% de todo o tráfego de interconexão latino-americana terá origem em
quatro cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Cidade do México.
Esse
percentual representa um crescimento mais rápido em largura de banda da
interconexão do que o de qualquer região do mundo, com uma CAGR de 61% até
2021.
A
expectativa é que São Paulo e Rio de Janeiro cresçam sete vezes nos próximos
quatro anos.
Negócios
digitais
Outro
ponto importante de tendência é que a interconexão está impulsionando as
implantações de negócios digitais em toda a América Latina.
Um bom
exemplo é a Ingresso Rápido, empresa que vende e distribui ingressos, atuando
na gestão de bilheterias e na disseminação de eventos culturais, esportivos e
de entretenimento em todo o Brasil.
As
vendas têm picos sazonais, fazendo com que as demandas por ingressos cresçam
exponencialmente num período muito curto e, portanto, a empresa não pode se dar
ao luxo de ter problemas de latência e performance ruim durante esses horários
de pico.
Para
aumentar sua capacidade de vendas e otimizar sua performance para os clientes,
a empresa implementou um ambiente de cloud híbrida ao interconectar sua cloud
privada ao Microsoft Azure por meio do Azure ExpressRoute e do Equinix Cloud
Exchange Fabric, na Plataforma Equinix.
A
América Latina é uma região próspera com novas e promissoras possibilidades
para os negócios da região e de todo o mundo.
O
crescimento da interconexão está intrinsecamente ligado às necessidades geradas
por novas tecnologias e às mudanças que vivemos na era da transformação
digital.
*Wellington Lordelo é gerente de Marketing
e Soluções da Equinix Brasil.
FONTE: INOVAJOR