Equinix quer crescer fora do eixo Rio-São Paulo

Consolidada no Sudeste, empresa aposta no Sul e no Nordeste

A Equinix espera dobrar o número de sua base de canais até o final do primeiro trimestre de 2016. A meta da companhia de data center e interconexão de dados, é aumentar a capilaridade fora do eixo Rio-São Paulo, e ter 40 parceiros até o final deste ano. 
 
"Apostamos no crescimento do país. Sabemos da importância do Rio e de São Paulo, pretendemos continuar crescendo nesse polo. Mas acreditamos na capacidade do país fora desse eixo", afirma o diretor de Operações da Equinix no Brasil, Nelson Mendonça.
 
A Equinix, possui um programa de canais que ajuda a empresa a mapear os estados com maior demanda de TI. Hoje, os estados que a empresa vem investindo são: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Nordeste, a empresa pretende começar pelo Ceará, já que Fortaleza conta com uma malha de fibra ótica internacional e cabo submarino. A capital do Ceará dispõe de redução de latência e proximidade com os grandes hubs de conectividade. 
 
A Equinix conta hoje com 3 parceiros na Região Sul (Dinamio, OpenUX e RF Solution). A intenção é chegar a 10 até o final do primeiro trimestre de 2016. Nos últimos anos a área vem atraindo investimentos por ter grande representatividade no PIB brasileiro. 
 
No Nordeste, são 2 canais (Agilis Group e Strati). A meta da Equinix é firmar também 10 parcerias até março de 2016. Segundo pesquisas, o setor de TI nordestino crescerá bem acima da média nacional, que está em 1,3%, frente aos 6,9% da região.
 
"Temos um programa de canais que está reforçando nossa presença no Nordeste. Sabemos da limitação de infraestrutura geral de rede que essa região do país tem e por isso, acreditamos que é benéfico para as empresas locais conhecerem as vantagens de hospedar sua infraestrutura de TI em um ponto muito melhor conectado no Sudeste", diz o diretor de Operações da Equinix.
 
Transição (Alog-Equinix)
 
Em julho de 2014, a Equinix assinou um acordo definitivo para aquisição total da Alog Data Centers do Brasil. A transação comercial foi de US$ 225 milhões e começou em abril de 2011, quando a Equinix e a Riverwood Capital compraram 90% das ações da Alog. Pelo acordo, a Equinix passou a ter participação majoritária na empresa brasileira. Após três anos, com a conclusão da transação, a Equinix comprou a parte da Riverwood e adquiriu 100% da Alog.
 
Nelson Mendonça conta que em março deste ano, foi feita a fusão da marca e que um dado importante é que a Equinix globalmente reforça o conceito de neutralidade que se tem no Brasil, já que a empresa não é ligada a um operador, e pode ser de fato um data center "carrier neutron", ou seja, um ponto de acesso para as empresas hospedarem sua infraestrutura de TI  e terem acesso à todas operadoras e provedores de serviço de TI.
 
"Até 2011 éramos um player local, com capacidade limitada de investimento, depois da compra fomos nos aproximando do modelo global de negócio da Equinix. Hoje, disponibilizamos de grande espaço para colocation e temos mais capacidade de investimento."
 
O executivo conta que hoje, a Equinix oferece variados benefícios que como um player local jamais poderia ofertar, como a possibilidade de conectar quase 5 mil empresas em mais de 100 data centers em 36 mercados estratégicos, com um conceito que nenhum outro data center no Brasil tem que é o market place, portal que funciona como uma vitrine virtual que incentiva a geração de negócios entre os clientes que estão no data center. Através do portal, a Equinix consegue aproximar uma empresa que compra serviço de TI de um fornecedor de serviço de TI para que essa empresa consiga adquirir esse serviço através do data center. Por exemplo, um site de e-commerce consegue contratar um serviço de armazenamento em nuvem com baixa latência através de um dos fornecedores que estão no mesmo data center ou em um site próximo, usando a plataforma de interconexão da empresa. O Market Place facilita a adoção de plataformas de computação em nuvem com diversas empresas, proporciona diversos cases de sucesso, onde os clientes conseguem economizar recursos e ter mais performance em aplicações, sabendo quais provedores estão no mesmo data center que ele, podendo estabelecer uma conexão segura e com mais perfomance.
 
Crescimento na Nuvem
 
O Brasil é o país que apresenta o maior crescimento global em todos os mercados que a Equinix atende. Somente no primeiro trimestre deste ano, a empresa teve crescimento de 33,8% no faturamento de cloud em comparação ao mesmo período de 2014.
 
Neste primeiro trimestre, a Equinix cresceu 9,8% em número de clientes cloud. O crescimento se deu, principalmente por conta da adoção de ambientes híbridos, que incluem infraestrutura física e em nuvem. Mais de 50% dos clientes que utilizam a cloud da Equinix no Brasil têm esse tipo de solução.
 
"A gente vem acompanhando esse modelo de negócio há muito tempo. Sempre procuramos nos posicionar como a casa dos fornecedores de cloud no Brasil. Mesmo com a estagnação de outras partes do mercado, este é o segmento que não vai parar de crescer. Esse modelo de negócio vai substituir a TI tradicional, o data center é o melhor local para se conectar as ofertas de cloud existentes." 
 
Data Center Rio
 
Em março deste ano a Equinix iniciou a construção da 2° fase de seu data center IBX, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Inaugurado em setembro de 2013, o site recebeu aportes iniciais de US$ 24 milhões e, este ano, foram investidos US$ 17 milhões.
 
A Equinix está dobrando a capacidade da instalação. O data center ainda tem espaço para expansão de até 600 racks. As obras realizadas pela Aceco TI foram concluídas em agosto e a empresa passou de uma capacidade de 310 racks para 630. 
 
"Inauguramos o RJ2 em 2013 e não esperávamos ter que nos preocupar com expansão até o final deste ano. Felizmente conseguimos superar nossas metas, em relação a ocupação, e foi necessário antecipar a construção desse data center, adicionando mais de 300 racks."
 
Segundo Nelson Mendonça, o principal ponto positivo para o mercado carioca, é que o RJ2 é o único data center comercial certificado Tier III e o primeiro no Brasil que tem área disponível para data center contêiner. De acordo com o executivo, não existia no Rio de Janeiro nenhum data center novo. Antes do RJ2, o data center mais novo tinha 10 anos. O site foi projetado com todos os conceitos de sustentabilidade, o mínimo de recurso natural, sistema de captação de água da chuva, redução de consumo de energia através de equipamentos de ar condicionado modernos e eficientes. 
 
A instalação carioca já tem a certificação Tier II Design. Hoje o RJ2 é o único data center na cidade que tem essa certificação. Atualmente a Equinix está em processo de certificação Tier Facilities, que atesta que as instalações atendem todos os pré-requisitos para que se faça manutenção com o site funcionando. "Isso oferece uma segurança muito grande para os nossos clientes. O data center foi projetado para isso, a gente já realiza manutenções de forma completamente transparente, mas é importante que um instituto internacional, como o Uptime, ateste que seguimos as melhores práticas", conclui.

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