Conceito de servidor pode ser abolido

Enquanto algumas empresas experimentam serviços de "cloud computing" ou fazem seus primeiros investimentos isolados, várias já estão em uma segunda fase, desenvolvendo estratégias de nuvem de longo prazo, combinando a pública e a privada ou experimentando nuvens em diversos ambientes na chamada "multicloud".

Estudo recente da Equinix mostra que a velocidade de interconexão entre empresas e provedores de computação em nuvem deve crescer 160% ao ano, em um momento em que tudo se torna serviço - no conceito "everything as a service". "Percebemos que os serviços híbridos unindo dados em datacenters externos e internos é uma tendência importante entre os cl ientes", afirma o CEO da Equinix, Eduardo Carvalho.

O conceito de "servidor" já começa a ser abolido. Em lugar da infraestrutura como serviço, passaremos à computação em "contêineres", aponta Vicente Neto, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura de Hospedagem na Internet (Abrahosting).

Diferentemente do servidor virtual, o web contêiner não se baseia numa estrutura com configuração fixa. O usuário apenas se conecta na infraestrutura e passa a usufruir de recursos computacionais de forma automática e elástica, dependendo apenas das necessidades de suas aplicações ou bases de dados. É uma estrutura de datacenter com um nível de abs tração maior que o modelo virtualizado, explica Neto. O usuário só precisa aumentar ou diminuir o volume de recursos de acordo com suas necessidades, sendo que esta configuração pode se dar de forma inteiramente automática. "Este é o modelo ideal para o ambiente de 'big data' e de aplicações sazonais que precisam crescer ou diminuir de acordo com a as demandas altamente voláteis e instáveis do novo consumidor digital", diz Neto.

Outro conceito que está crescendo no mundo corporativo é o de provedores de nuvens privadas que constroem seus ambientes tecnológicos dentro de datacenters externos, além do desenvolvimento de soluções híbridas e de "multicloud" em vários locais para alcançarem dimensão e performance mundiais. Novas cargas de trabalho exigem que os dados sejam processados por meio de modelos híbridos e em várias nuvens.

No Brasil, os segmentos que mais investem nessa infraestrutura varejo, comércio eletrônico, indústria e serviços, com os bancos preferindo apostar em "cloud" privada. "A localização dos datacenters também é um diferencial para garantir a alta disponibilidade e tempos de resposta mais rápidos das aplicações", diz Carvalho.
Dados mais críticos ou com grande volume de acesso são geralmente alocados em datacenters internos. Informações menos confidenciais ou que não sofrem mudanças constantes vão para a "cloud" pública, também bastante usada para garantir que eventos sazonais, com picos de processamento, sejam bem atendidos, como o comércio eletrônico.
A solução híbrida que une a nuvem pública e privada está entre as mais demandadas pelos clientes da Embratel, afirma o diretor executivo de soluções digitais, Mário Rachid. Um fator importante na hora de definir as aplicações que irão migrar é a latência, ou seja, o tempo que a informação irá demorar para trafegar na rede. Não é recomendável, por e xemplo, hospedar uma aplicação com tráfego de voz em um datacenter nos EUA.

Entre os novos serviços de nuvem, Rachid destaca o Cloud Video Delivery (CVD), desenvolvido como uma Rede de Distribuição de Conteúdo (Content Delivery Network - CDN) exclusiva para a distribuição de vídeos na internet voltada para empresas de comunicação, como TVs, portais de internet, provedores de vídeo on-demand e instituições de ensino a distâ ncia, além de provedores de serviços de streaming.
Essa solução mantém réplicas dos vídeos em diferentes servidores distribuídos geograficamente para garantir melhor performance na entrega, permitindo boa logística de distribuição. "São dezenove pontos de distribuição posicionados nos locais de maior tráfego de Internet no Brasil, com capacidade s superior a 800 Gbps para suportar grandes volumes de acessos simultâneos e interligados à rede de telecomunicações", detalha Rachid.

Também cresce a demanda por serviços de armazenamento com foco em back-up e arquivamento de dados, permitindo o acesso e a recuperação das informações de qualquer lugar rapidamente, diz Luiz Henrique Caloi, diretor executivo de datacenter e "cloud" da Sonda Ativas. A necessidade de serviços escaláveis ou elásticos e de pagamento por consumo, além de poder "subir" ou "descer" o poder computacional conforme a necessidade do negócio é uma das principais alavancas do serviço.


FONTE: VALOR ECONÔMICO

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